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Primeira Dama da República Prestigia Colóquio Sobre “O Papel da Mulher na Luta pela Independência Nacional”.

Aula Magna

O “Papel da Mulher na Luta pela Independência Nacional”, foi tema de abordagem num colóquio promovido pelo Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, que teve lugar neste sábado, 8 de Março, em Luanda.

O evento, inserido nas Jornadas do Março Mulher, no âmbito das comemorações dos 50 anos da Independência Nacional, foi prestigiado pela Primeira Dama da República de Angola, Ana Dias Lourenço, que ministrou uma Aula Magna.

Ana Dias Lourenço, debruçou-se sobre o tema “As Conquistas da Mulher Angolana nos 50 Anos de Independência”.

A Primeira Dama considerou que a participação das mulheres na luta pela independência foi decisiva para a conquista da soberania nacional.

Recordou a figura de maior relevância da nossa história, a guerreira e rebelde Njinga Mbandi, soberana do Reino do Ndongo e da Matamba durante os séculos XVI e XVII, considerada a fundadora da resistência ao colonialismo português.

"Ao longo da nossa história, as mulheres desempenharam um papel crucial na luta pela liberdade e justiça, pela paz e democracia, e pelo desenvolvimento económico e social, muitas vezes invisível para a grande maioria."

Elas actuaram como combatentes, enfermeiras, organizadoras políticas, mobilizadoras e sustentaram as famílias enquanto os homens estavam na luta armada. 

A sua capacidade de liderança, resiliência e coragem rompeu muitos dos estereótipos impostos pela sociedade patriarcal”, afirmou.

Destacou ser fundamental ressaltar a existência da mulher como cidadã na sua plenitude, exigindo-se maior participação na sociedade política e económica, reivindicando igualdade de direitos, acesso à educação e saúde, além de maior presença nas estruturas de poder.

No seguimento, enumerou as conquistas legislativas e na protecção dos Direitos Humanos da Mulher ao longo dos 50 anos de independência, resumidamente a ractificação de tratados e convenções internacionais, a aprovação do Código de Família, a criação do Ministério da Família e Promoção da Mulher, a garantia da igualdade do género como princípio fundamental do Estado, inserida na Constituição da República de 2010, a criação da Lei contra a Violência Doméstica, a aprovação da Política Nacional para a Igualdade e Equidade do Género e o lançamento de linhas de denúncia SOS Violência Doméstica, da plataforma de informação sobre violência baseada no género e do Observatório do Género.

Actualmente, é visível a liderança das mulheres nas esferas superiores da política, no Poder Judicial, no Parlamento, na Administração Local e noutros cargos estratégicos, bem como as suas conquistas na educação, ciência, economia, saúde, indústria, ambiente e forças de defesa e segurança, constituindo, em alguns casos, a maior força de trabalho.

Ao terminar, Ana Dias Lourenço asseverou ser prioritário o combate à mortalidade materna, a promoção da saúde sexual e a formação em empreendedorismo.

“A nossa sociedade tem estado cada vez mais consciente da necessidade de promover a igualdade de género. O governo, em colaboração com as organizações da sociedade civil e movimentos de mulheres, está cada vez mais engajado em trabalhar para garantir a implementação efectiva das leis de igualdade e paridade, além de promover campanhas de sensibilização contra a violência doméstica e a discriminação”, concluiu a Primeira Dama.

Na ocasião, foram referenciadas e homenageadas mulheres que participaram no percurso da luta de libertação que culminou com a Independência Nacional em 1975, tais como Lucrécia Paim, Deolinda Rodrigues, Irene Cohen, Ruth Neto, Rodeth Gil, Luzia Inglês, Miraldina Jaka Jamba entre outras mulheres cuja contribuição foi fundamental nas frentes de combate, mobilizando a criação de redes de apoio.

No evento, foram ainda debatidos temas como “O Percurso das Heroínas Nacionais” e “O Contributo das Mulheres Anónimas na Luta pela Independência Nacional”.

O papel das organizações femininas na moralização da sociedade, aspectos ligados aos movimentos de libertação, bem como a cultura e a arte no feminino como estímulo ao sentimento patriótico pela independência e testemunhos de mulheres que desempenharam papéis fundamentais na luta de libertação e no progresso de Angola foram igualmente discutidos.

Além de reflectir sobre a trajectória histórica da mulher angolana, o colóquio visou reconhecer e valorizar as mulheres que contribuíram para a libertação de Angola, reiterando o compromisso com o protagonismo feminino, como pilar da história e do desenvolvimento nacional.

 

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